O plano de ação da International Mining and Metals Association (ICCM), com sede em Londres, estabelece prioridades estratégicas para alcançar avanços da indústria mineira nas áreas críticas do desempenho social, governança e inovação, dentro dos princípios da agenda ESG. “Incentivamos a liderança por meio da colaboração para aumentar a contribuição da mineração para o desenvolvimento sustentável, permitindo ações ambiciosas que impulsionam a melhoria do desempenho em escala”, afirma Ro Dhawan, CEO da ICCM. O foco da ICCM na Governança Socioeconômica e Ambiental – ESG (destacamos ´socioeconômico´ como fidúcia, sem a dimensão econômica a sustentabilidade é desequilibrada), evidencia as ações das empresas mineradoras em todo o mundo, e de toda a cadeia produtiva, revelando impactos positivos e negativos nas localidades. Precavidos, os investidores estão cuidadosamente olhando para pessoas e municípios onde a mineração acontece. Ao mesmo tempo em que é uma atividade com dimensões e investimentos globais, a mineração é executada no chão do município, usando mão-de-obra local. A população precisa ser capacitada e estar ciente do potencial de seu subsolo, habilitando-se para trabalhos que agreguem localmente valores aos minérios e a seus rejeitos, mitigando impactos no ambiente municipal. Neste sentido, a ‘Licença Social’ – ágrafa, outorgada pelas comunidades e conectada diretamente com investidores e bolsas de valores do mundo é, talvez, a mais cuidada entre todas as licenças, porque tem o poder de graduar a reputação local, nacional e internacional, de qualquer empresa. A Bahia destaca-se internacionalmente por ter uma das maiores geodiversidades do planeta e ser único estado brasileiro com cinco biomas distintos: Cerrado, Semiárido, Mata Atlântica e mais os biomas Costeiro e Marinho. A presença da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), com um quadro técnico de alto nível, em todos os biomas, inclusive no marinho – conhecido como Amazônia Azul -, confere um status singular, percebido pelo radar da ICCM, que precisa ser divulgado. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Bahia registrou a produção de 54 tipos de substâncias minerárias, caso único no país. Desde a sua primeira realização, em 1999, a Conferência e Exposição de Mineração da China (China Mining), realizada anualmente, tornou-se uma das maiores plataformas de exploração, desenvolvimento e negociação de mineração do mundo, cobrindo todos os aspectos de toda a cadeia da indústria de mineração, incluindo pesquisa e avaliação, exploração e mineração, investimentos e finanças, comércio e serviços, desempenhando um papel ativo de promoção na criação de oportunidades de intercâmbio e de cooperação entre empresas mineiras nacionais e estrangeiras. Participantes do China Mining estão circulando na Bahia. Atentas aos movimentos globais do setor mineral, as principais agências de risco do mundo – Standard & Poors, Moody`s e Fitch – seguidas das chamadas “big 4” ́(maiores empresas de auditoria e governança global: PwC, Delloite, Ernst Young e KPMG) observam empresas nas bolsas de valores que, por sua vez, exigem relatórios ESG para avaliarem a performance das mineradoras nos municípios, vigiando compliances e atribuindo notas. Nessa era da ‘eco-nomia digital’, onde a descarbonização é uma imperiosa necessidade, os algoritmos da inteligência artificial analisam localmente minas e biotas municipais. A mineração é responsável por cerca de 7% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a McKinsey. Influenciada por esse novo cenário internacional, e alinhada com visão da ICCM, a CBPM realizou o ‘Fórum Mineração & Sustentabilidade’ reunindo empresas nacionais e internacionais, com destaque para chinesas, reposicionando-se como uma agencia de fomento e atração de investimentos, sendo percebida, pelos presentes, como um potencial ´Hub de Investimentos em Mineração´, em formação da Bahia. *Eduardo Athayde é diretor da Rede WWI no Brasil. Veja mais em