Política Governador defende que MS seguirá no ritmo de evolução da economia e “fará dever de casa” A busca de perspectivas factíveis, relacionadas às potencialidades do Estado e com a oferta de um ambiente de negócios que inspire confiança a investimentos são ingredientes que o governador Eduardo Riedel (PSDB) acredita que estão presentes para manter Mato Grosso do Sul em um ritmo de crescimento que deve se sustentar por pelo menos uma década. Ele considerou que o desempenho que o Estado já vem colhendo não se trata de um mérito do Governo, mas da apresentação de condições que atendem o mercado. Em entrevista ao Campo Grande News, o governador comemorou dois indicadores: a posição de segunda menor taxa de pobreza, atrás de Santa Catarina, e o terceiro melhor ambiente para investir, apontado pelo Índice Mackenzie. O Estado tem se destacado na atração de projetos na área da celulose, com muitas fábricas instaladas no lado leste e dois dos maiores empreendimentos em curso no País, uma fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, com estimativa de cerca de R$ 16 milhões em investimentos, e uma em Inocência, da Arauco, ainda na fase de licenciamento, orçada em R$ 28 milhões. Conforme Riedel, há um esforço em atrair empresas estrangeiras para a produção de embalagens a partir da celulose. Ele esteve nos Estados Unidos e conversou com empresários do setor. “Eu fui lá pra isso”, disse, apontando que mantém contato para buscar a evolução das tratativas. Ele pontua que o Brasil tem um dos preços mais competitivos do mundo na produção de celulose, o que favorece o Estado, que se destaca na produção do País. Mas não dá para ficar satisfeito ainda, mencionou. Ele aponta que o único uso da celulose como matéria prima que teve queda foi a produção de impressos, como livros e revistas, diante dos conteúdos digitais, mas as outras destinações apontam como muito promissoras, havendo uma “transição gigante” do uso de embalagens de plástico para as de papel. Ele mencionou, como exemplo, a remessa de encomendas embaladas em acartonados, em vez de embalagens plásticas, a ampliação do uso por hotéis. A celulose pode ser empregada até mesmo na produção de tecidos. Palavras de ordem- Segundo o governador, nos grandes fóruns de discussões globais, como Davos e a COP, se repetem como palavras de ordem a sustentabilidade, segurança alimentar e seus desdobramentos e o poder do turismo como frentes a avançar. “MS, dentro desse contexto, nos próximos anos, a gente tá muito bem posicionado”, argumenta. Ele aponta a busca por melhores usos do solo, substituindo pastagens degradadas, “uma base produtiva ruim”, por cultivos de grãos ou pastagens de alta produtividade, cita a criação de gado orgânico no Pantanal , o uso de rastreabilidade, oferta de estímulos fiscais para boas práticas, ações que deem garantias ao mercado consumidor que MS faz o dever de casa na área ambiental. Nessa perspectiva é que foi elaborada a Lei do Pantanal, comenta. “O mercado lá fora começa a olhar e diz – puxa vida, tem um território que tá buscando estar alinhado com o que a gente quer.” Essa foi uma linha estratégica, que ele considera que apresenta mais resultados, ao criar condições para gerar mais oportunidades. Por outro lado, atrair investimentos também traz desafios, pontua, elencando a necessidade de investir em qualificação de pessoas, na educação , em políticas públicas pontuais para cidades atingidas por crescimento econômico acelerado. Sobre o chamado ambiente de negócios, considera que o Estado oferece confiabilidade ao se dedicar a oferecer logística, clareza nas ações, transparência, compliance, as atitudes diante de crises e governança. Por fim, outra aposta para contribuir nos planos de desenvolvimento do Governo é o turismo, considerado por muitos como uma indústria limpa, e o Estado ter riquezas naturais para atrair visitantes. Riedel afirmou que o Governo não abre mão de estar em road shows e eventos de atração de negócios, em busca de formar um “cluster industrial e de serviços”, expressão do mercado para uma concentração de empreendimentos, para seguir alimentando o crescimento da economia e os efeitos que se espraiam.